Aceitar cartão de crédito e ou débito é considerado um ‘mal necessário’ para muitos lojistas. Afinal, é melhor dar um pedaço da receita para as administradoras do que não vender.
Com a queda do poder de compra da população e a maior corrida por financiamento, um mercado que já foi robusto no passado volta a expandir no país: o de cartões próprios de lojas.
A DM Card, empresa que administra cartões próprios de cerca de mil varejistas no país, informa que a soma das faturas a receber de clientes de lojistas é hoje de R$ 800 milhões.
Antes da pandemia, este número era da ordem de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões.
Isso significa, de acordo com Juan Agudo, diretor da DM Card, que os comerciantes veem hoje no cartão próprio uma forma de financiar o cliente, estreitar o relacionamento e faturar mais.
A maioria dos mil clientes da DM Card é supermercadistas. A expectativa é que lojistas de outros setores sigam o mesmo caminho. E uma das principais razões é a seguinte:
Pesquisa feita pela empresa no final do ano passado revelou que de cada 100 clientes de supermercados, 73 desejam mais limite de crédito, o que não conseguem com os bancos.
“Há um apagão de crédito hoje no país, e os cartões próprios de lojas possibilitam que o cliente faça a compra para pagar somente no vencimento da fatura” diz Agudo.
A rede Líder, de Minas Gerais, lançou o seu cartão próprio no final de 2020 com o objetivo de atender a demanda dos clientes e acabar com a venda na modalidade da antiga caderneta.
No passado, especialmente em cidades pequenas, era comum o consumidor levar produtos para a casa, pagando pela compra somente no final do mês, quando recebia o salário.
As compras realizadas ao longo do mês eram listadas em uma espécie de cadernetinha, que ficava em poder do lojista, com o nome do cliente devedor.
Marcelo Martins do Couto, diretor da rede Líder, diz que em João Pinheiro, cidade mineira onde está a sede da empresa, esta modalidade de venda existe até hoje.
Aliás, essas tradicionais cadernetas já chegaram a representar 20% do faturamento da rede.
“Estamos fazendo uma migração de cadernetas para o cartão próprio da loja, que dá prazo de até 45 dias para o cliente pagar”, afirma Martins do Couto.
Os cartões próprios da rede, administrados pela DM Card, já representam 8% do faturamento da empresa e os bandeirados (Visa e Mastercard) de bancos, 40%.
“A vantagem do cartão próprio, além de termos mais segurança em receber o dinheiro, é a fidelidade do cliente. Ele sabe que tem o crédito nas nossas lojas”, diz ele.
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